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Como o Uso de Telas Prejudica o Desenvolvimento do Cérebro Infantil

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Você deve estar se perguntando, por que criar um artigo falando do uso de telas (celulares, TVs, tablets e computadores) para as crianças, não é mesmo? E como assim, isso pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro do meu filho?

Nós, adultos, sabemos o quanto os aparelhos eletrônicos contribuem na dinâmica diária quando se tem filhos em casa, ou enquanto esperamos a comida no restaurante, ou mediante inúmeras situações.

Eu também sou mãe, de dois, mas posso garantir que apesar de ajudar e muito os adultos, as telas são extremamente prejudiciais ao desenvolvimento do cérebro de nossas crianças.

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Segue comigo aqui neste artigo que vou te explicar exatamente porque isso acontece e como podemos fazer para lidar melhor com os usos de tela, uma vez que sabemos que a tecnologia está aí para ficar, mas existem formas de limitar seu uso de maneira saudável. 

A relação entre o desenvolvimento do Cérebro e os hormônios

O cérebro infantil é um terreno fértil de conexões neurais, moldado por substâncias químicas cerebrais essenciais, os hormônios. Durante o uso de telas, a dopamina, conhecida como o “hormônio do prazer“, é liberada em resposta a estímulos visuais e auditivos. No entanto, o excesso de estímulos pode levar a uma produção desregulada de dopamina, impactando negativamente na capacidade de foco e atenção da criança.

Ou seja, quando a criança está assistindo televisão, por exemplo, o seu corpo produz uma quantidade de hormônio dopamina maior que o normal, levando a um excesso de sensação de prazer.

Quando esta criança do exemplo anterior, deixa o uso de telas, o organismo “sente falta” da dopamina, o que resulta em frustração e estresse, e isso deixa a criança muito irritada.

Paralelamente, o cortisol, o “hormônio do estresse”, aumenta seus picos de produção durante sessões prolongadas de uso de telas, devido ao estímulo excessivo de luz e cores. Neste caso, o cérebro fica em sinal de alerta, o que resulta em ansiedade e irritabilidade. 

Essa oscilação hormonal, se repetida frequentemente, pode prejudicar a saúde emocional e cognitiva, interferindo no desenvolvimento do cérebro infantil.

Impactos no sono devido ao uso de telas

O impacto do uso excessivo de telas vai além da influência hormonal. Estudos indicam que a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos está associada a atrasos no desenvolvimento cognitivo e dificuldades de aprendizado. 

Além disso, o uso inadequado de telas antes de dormir pode interferir na produção de melatonina, o hormônio responsável pelo sono, levando a distúrbios do sono e picos de crescimento comprometidos.

A luz azul emitida por telas pode suprimir a produção natural de melatonina, afetando a qualidade do sono. Ao privar o cérebro infantil desse período essencial de descanso, comprometemos não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também a capacidade do corpo de se recuperar e crescer adequadamente.

Existem picos de crescimento determinados durante o sono da criança, e para isso é necessário que ela esteja em um sono profundo. O uso excessivo de telas, diminui os picos de sono profundo, o que atrapalha a produção do hormônio de crescimento, o GH.

Esse hormônio, GH, está relacionado não somente a crescimento físico em tamanho, mas também em diferentes processos cerebrais, e quando comprometido impede um desenvolvimento do cérebro saudável, levando a problemas sérios de aprendizagem, estímulo a ansiedade e até mesmo depressão.

Estratégias para um Uso Consciente de Telas

A colaboração entre pais e filhos é vital para estabelecer hábitos saudáveis de uso de telas. Veja aqui alguns exemplos de como você pode criar estratégias saudáveis sem prejudicar o relacionamento com seus filhos.

Estabeleça Limites Claros:

Criar regras específicas sobre o tempo diário permitido para o uso de telas é crucial. Defina períodos específicos para o uso de dispositivos, incentivando intervalos regulares para descanso e atividades diferentes.

Compartilhe a Experiência:

Partilhe o tempo de tela com seu filho, participando de atividades interativas ou jogos que envolvam o uso de dispositivos. Essa abordagem não apenas fortalece os laços familiares, mas também permite que os pais monitorem o conteúdo e promovam conversas sobre o que está sendo visto.

Crie Combinados Personalizados:

Envolver as crianças na criação de regras e acordos sobre o uso de telas dá-lhes um senso de responsabilidade. Discuta sobre o tempo apropriado, tipos de conteúdo permitidos e as consequências do não cumprimento das regras estabelecidas. Não se esqueça de ser flexível, pois regras e combinados, podem sim ser alterados. Lembre-se que isso precisa ser bom para ambos os lados (pais e filhos).

Não haja de forma impositiva ou autoritária; permita sim, que seus filhos façam parte da forma como estas regras e combinados serão estabelecidos. Isso ajuda muito na formação de um relacionamento emocional com nossos filhos. Além disso, combinados que são criados dentro desta partilha de opiniões tendem a ser mais duradouros.

Atividades ao Ar Livre:

Promova brincadeiras ao ar livre para equilibrar o tempo gasto em frente às telas. Passeios no parque, esportes, ou simplesmente explorar a natureza podem ser alternativas atraentes e saudáveis. E sim, é necessário que sejamos criativos para tirar nossos filhos das telas.

Não se esqueça que não se trata de nós adultos e sim o bem-estar dos nossos filhos. Além disso, atividades que exercitam o brincar são fundamentais para um desenvolvimento do cérebro mais saudável.

Promova a Leitura:

Incentivar o hábito da leitura é uma maneira eficaz de afastar as crianças das telas. Mantenha livros interessantes e adequados à idade em casa, e reserve momentos específicos para a leitura, estimulando o desenvolvimento cognitivo e criativo.

Jogos de Tabuleiro e Atividades Criativas:

Introduza jogos de tabuleiro e atividades que estimulem a criatividade. Essas alternativas não só proporcionam entretenimento, mas também promovem o pensamento crítico e habilidades sociais.

Em sua rotina, estabeleça horários, se possível pelo menos duas horas antes do horário de dormir, para interagir com seus filhos por meio de jogos e brincadeiras. Isso funciona muito bem, principalmente se as crianças passarem muito tempo longe do contato com seus pais, pois ajuda a criar conexão emocional (libera hormônio do prazer).

Além de permitir que o corpo e a mente se preparem para uma noite de sono tranquila, melhorando a qualidade do descanso.

Seja Modelo para Seu Filho:

Seja um modelo positivo para seu filho. Demonstre hábitos saudáveis, limitando seu próprio tempo de tela e participando ativamente de atividades alternativas. Crianças frequentemente imitam o comportamento dos adultos ao seu redor.

Atenção à Qualidade do Conteúdo:

Oriente as crianças sobre a importância de escolher conteúdos educativos e enriquecedores. Estabeleça critérios claros sobre o tipo de conteúdo permitido e discuta as implicações de materiais inadequados.

Estimule a Socialização Presencial:

Organize encontros e atividades que promovam a interação entre as crianças, como se encontrar com amigos para brincar. O desenvolvimento de habilidades sociais é crucial para o crescimento saudável da criança e proporciona uma pausa bem-vinda do mundo digital.

Além disso, é fundamental educar as crianças sobre a importância do equilíbrio. Explique os efeitos do uso excessivo de telas e envolva-os na criação de regras, promovendo uma compreensão mais profunda sobre a importância de limites para um desenvolvimento do cérebro de forma mais saudável.

Nesta era digital, a conscientização sobre os efeitos do uso de telas no desenvolvimento do cérebro infantil é mais crucial do que nunca. Assim, ao implementar estratégias e alternativas saudáveis, os pais podem desempenhar um papel vital na promoção de um equilíbrio entre o uso de telas e atividades que contribuem para uma infância também mais saudável.

Dica de leitura: O livro Crianças bem conectadas: Como o uso consciente da tecnologia pode se tornar um aliado da família e da escola, é uma excelente opção para refletir sobre o uso da tecnologia na vida de nossas crianças, e como ela pode ser uma aliada para criar experiências significativas e duradouras, além de preservar o desenvolvimento do cérebro infantil. 

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