Você já parou para pensar sobre suas emoções?? Ou como o cérebro influencia nossas experiências emocionais??
As emoções são parte integrante da nossa vida diária, afetando nosso comportamento, pensamentos e ações.
Elas são responsáveispor nossa capacidade de reagir aos estímulos, tanto como um alerta (luta ou fuga) quanto para demonstrar prazer e bem-estar, podendo estar relacionado ao ambiente ao nosso redor ou na forma como interagimos com outras pessoas.
Você sabia que a parte do cérebro que é responsável por fazer a leitura dessas emoções, é chamada de cérebro social? Ela faz parte principalmente do sistema límbico, a estrutura responsável pelo nosso sentir mais primitivo.
Assim, o propósito deste artigo, é mostrar a relação entre as emoções, o cérebro social e o sistema límbico, e de que forma estas partes do cérebro atuam em nossa vida cotidiana. Além disso, vamos demonstrar de que forma as emoções (primárias e secundárias) atuam em nossa tomada de decisões e como podemos usar isso a nosso favor para gerar mais consciência e regulação emocional.
O cérebro social é a parte do cérebro responsável pelo pensamento e comportamento emocional. É a parte do cérebro responsável por equilibrar o que sentimentos, emoções, com o que pensamos, pensamentos. É composto por várias áreas diferentes, incluindo o córtex cerebral e o cingular anterior.
O córtex cerebral é responsável pelo processamento de informações sensoriais, pela tomada de decisões conscientes e a capacidade de controlar as emoções e o corpo físico, principalmente em momentos de estresse.
Já o cingular anterior gerencia o controle de impulsos, a capacidade de lidar com as nossas emoções aflitivas e sentimentos fortes.
O cérebro social, então, faz a ponte entre o que pensamos e sentimos. Quando estamos enfrentando uma situação estressante, por exemplo, é essa parte do cérebro que avalia qual a melhor decisão a tomar, de forma racional, baseado no que sentimos naquele momento, emoções.
O sistema límbico é uma das estruturas mais primitivas do cérebro, sendo uma rede complexa de estruturas sonoras e que desempenha um papel fundamental na emoção, memória e motivação.
Inclui o hipotálamo, tálamo, amígdala e hipocampo, além de outras áreas. Vamos ver qual a função de cada uma destas partes:
A amígdala é uma das partes mais importantes do sistema límbico e desempenha um papel crucial na emoção e na resposta ao medo, ela é chamada de sentinela das emoções, pois é a primeira estrutura a ser ativada em resposta a uma ação do ambiente.
Ela está envolvida na detecção e interpretação de sinais de perigo e ativa a resposta de luta ou fuga do corpo em resposta a esses estímulos.
O hipocampo é outra estrutura importante no sistema límbico e é responsável pela formação e armazenamento de memórias. Ele está diretamente envolvido na consolidação da memória e ajuda a integrar informações sensoriais e emocionais.
O hipotálamo é uma região do cérebro que desempenha um papel importante na regulação do sistema nervoso autônomo (lutar/fugir ou relaxar), bem como na regulação do comportamento alimentar e da temperatura corporal.
Também está envolvido na regulação das emoções, particularmente na resposta ao estresse.
As emoções moldam nossas experiências internas, conosco, e interpessoais, com outras pessoas, e dão à mente um senso do que sentimos. Quando estamos cientes das nossas próprias emoções e conseguimos dividi-las com os outros, nossa vida diária pode ser muito bem sucedida.
Ao mesmo tempo, o nosso entendimento emocional sobre os outros está diretamente ligada à nossa consciência e entendimento sobre nós mesmos. E é por essa razão, que entendermos como nosso cérebro compreende as emoções e como ele atua através delas, permite que possamos usá-lo em nosso benefício diariamente.
Existem duas categorias principais de emoções: primárias e secundárias. As emoções primárias são compreendidas e comuns a todas as culturas humanas. São formadas a partir do sistema límbico e interpretadas no córtex do cérebro social.
Essas emoções primárias incluem alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa e repulsa, entre outras. São como se fossem as emoções raízes e a partir delas surgem todos os outros tipos de emoções.
Já as emoções secundárias são derivadas das emoções primárias e são mais complexas e variáveis de acordo com a cultura e o ambiente social. Como por exemplo, da emoção medo podemos encontrar emoções secundárias como ansiedade, preocupação, pânico, fobia, etc.
Veja que, compreender qual a emoção primária está envolvida numa determinada situação vivenciada, te ajuda a entender as emoções secundárias, o que direciona o cérebro a tomar uma melhor decisão uma vez que entrou um equilíbrio emocional.
Por exemplo, em uma situação em que uma pessoa percebe estar sentindo preocupação – que é uma emoção secundária, buscar a raiz desta emoção, que neste caso seria o medo – emoção primária, ajudaria em sua percepção interior do porquê está sentindo medo nessa determinada situação e assim, contribuiria para uma regulação emocional e uma busca por tomar uma melhor decisão baseada na compreensão do que está sentindo.
Agora, a partir do entendimento das emoções primárias e secundárias, somos capazes de expressar externamente o que sentimos, e a esse movimento damos o nome de expressão emocional.
A expressão emocional é a maneira pela qual as emoções são comunicadas, sendo uma parte importante da interação social. Ela está associada ao córtex no cérebro social.
A expressão emocional pode ser demonstrada de diversas formas, como através da linguagem corporal, expressões expressivas, tom de voz e comportamento. Essas expressões emocionais são compreendidas por todas as culturas humanas. Sabe quando o nosso corpo ou nosso tom de voz fala muito mais do que nossas palavras? Então, a expressão emocional é sobre isso!!!
Nesse momento da sua leitura, você já entendeu que nossos pensamentos (cérebro) e nossas emoções estão intimamente conectadas e andam juntas. Mas, para que sua tomada de decisões em sua vida diária seja bem sucedida, é necessário também ter equilíbrio, ou seja, regulação emocional.
A regulação emocional nada mais é que a capacidade de controlar suas emoções, sendo fundamental para o bem-estar emocional e social. É desenvolvida ao longo da vida, mas principalmente durante a infância e adolescência.
Os hábitos de regulação emocional, incluem se autoconhecer e olhar para suas emoções sem julgamentos internos e externos, e quando repetidos muitas vezes, formam conexões permanentes entre as células do cérebro, permitindo um estado maior de equilíbrio emocional, principalmente em momentos de estresse ou dificuldade.
A regulação emocional é uma habilidade que pode ser aprendida e aprimorada, e é importante para lidar com situações estressantes e para manter relacionamentos saudáveis.
As emoções são uma parte fundamental de nossas vidas e são processadas pelas diversas áreas do cérebro. A cada experiência emocional vivida, desde a mais tenra infância, irá direcionar o cérebro e o corpo como um todo, transformando você em uma pessoa saudável ou não.
Ao longo do tempo, o cérebro passa pelo que se chama de “poda”, eliminando conexões entre as células que não são mais necessárias para o indivíduo.
Por isso, quanto mais experiências emocionais positivas, em que ocorra a regulação emocional (capacidade de controlar e compreender as próprias emoções) e com expressão emocional, mais saudável você se tornará e menores serão as chances de desenvolver doenças mentais e físicas durante sua vida.
Veja também os artigos relacionados: Autoconsciência: Aprendendo com as nossas emoções